quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Liga dos Direitos Humanos convida:

CineDHebate: Justiça - o filme

Documentário, Brasil, 2004, 100min.
Direção: Maria Augusta Ramos


Dia 26 de agosto, às 19h, no Cinema Universitário/Sala Redenção/UFRGS - Campus Centro).

Entrada franca.


Justiça, documentário de Maria Augusta Ramos, pousa a câmera onde muitos brasileiros jamais puseram os pés — um Tribunal de Justiça no Rio de Janeiro, acompanhando o cotidiano de alguns personagens. Há os que trabalham ali diariamente (defensores públicos, juízes, promotores) e os que estão de passagem (réus). A câmera é utilizada como um instrumento que enxerga o teatro social, as estruturas de poder — ou seja, aquilo que, em geral, nos é invisível. O desenho da sala, os corredores do fórum, a disposição das pessoas, o discurso, os códigos, as posturas — todos os detalhes visuais e sonoros ganham relevância. O espaço, as pessoas e sua organização são registrados de maneira sóbria. A câmera está sempre posicionada em relação à cena mas não se move dramaticamente, não busca a falsa comoção. Sinal de respeito, de não-exploração. No filme, não há entrevistas ou depoimentos, a câmera registra o que se passa diante dela. Maria Augusta Ramos observa um universo institucional extremamente fechado e que raras vezes é tratado pelo cinema ficcional brasileiro. Seu filme é tão mais importante em função de nossas limitações em termos de representação dos sistemas judiciais. Em geral, nosso olhar é formado pela visão do cinema americano, os “filmes de tribunal”. Justiça, sob esse aspecto, é um choque de realidade.
A cineasta vai acompanhar um pouco mais de perto uma defensora pública, um juiz/professor de direito e um réu.
Primeiro, a câmera os flagra no “teatro” da justiça; depois, fora dele, na carceragem da Polinter e na intimidade de suas famílias. Com suas opções claras, que não são escondidas por sua opção pela sobriedade e pela simplicidade, Maria Augusta Ramos deixa evidente que, como os documentários, a justiça está muito longe de ser isenta. Como e para quem a justiça funciona no Brasil é a questão que se apresenta em seu filme, sem respostas definitivas ou julgamentos preconcebidos.
Pedro Butcher, Revista Cinemais
Fonte: www.justicaofilme.com


Informações pelo e-mail ligadireitoshumanos@ufrgs.br

site www.ufrgs.br/faced/direitoshumanos e

pelo telefone 8105.3821

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